quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Convite à vida

Numa estrada, uma escolha
A pista falsa, o acidente
A estrela mais linda
[é cadente]
Em foice, a vida minguante

Uma história novinha em folha
Espumante; só é a champagne ao estourar
[da rolha]
A semente não brota no fundo do mar
Mas do céu vem a luz que choca

O novo,na placenta, a passagem
A pastagem estrelada,estercada
[fértil]
A moeda da integridade fútil
É riqueza acumulada no baú
[estocada]

O egoísmo nos becos se esconde
Disfarçado de segurança do monte
Nos moinhos nunca antes vencidos
O vento se dissipa em cores

Em arcos, na irís se forma outra imagem
Uma nova pastagem, uma nova estrada
Uma nova pista.Novidade de uma nova escolha
Uma caminhada novinha em folha, rolhas, festas.
Sol e lua num casamento secreto ao ar livre.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pisaduras cambaleantes.

Entre o certo e o incerto
Um muro de concreto
Entre o raso e o profundo
Um mergulho no escuro

Entre o sagrado e o profano
Uma tentação maquiada
No salão da alma varrida
Um cômodo esquecido
[acomodado]

Baratas, queixume,uma enxada
Abandonada não ara a terra
A semente seca, a boca cala
A língua xinga, o olho cega

o mal cheiro exala na senzala.Potrefato.
Escravo no cômodo sujo da solidão
Um defeito querido, acorrentando no ato.
O espírito.Seco, definha o coração

sábado, 12 de dezembro de 2009

Amor de Verdade.

A certeza do domínio
é a eminência do tropeço
O domíio da certeza
se esvai como fumaça

Num solavanco invade o coração
Brota até na rocha, minério
Convidado ilustre do mistério
Chuva que limpa o céu da razão
[amor]

Emoção, taça frágil de cristal
Que não quebra ao tocar o solo
Deita como seda sobre o colo
Despido de cobrança.Vendaval
[Monção]

Braço que arrepia, mão que acarecia
Cabelo despenteado, banho de sal
Sabor, amor sentido, temperança
Esperança repartida, colheita abençoada

Flores, perfumes, frutos doces
Amor sentido, amor vivido ensaboado
Amor virado, na página de um livro
Amor cantado, chorado, amigo
[INFINITO}

Força, da corça silvestre
Delicadeza da proteção
Na garra do urso
do uivo no escuro

Amor é sol e lua
è cachoeira
eira e beira
è plenitude.

sábado, 21 de novembro de 2009

Amor

Sob a esfera de um olhar sereno
O mundo se difunde em cores
Enlamaçado, caído do horizonte
Debruçado no ensaboado
[labirinto]


Estrela cadente desaparece
Antes do céu, do sol nascente
Antes que se analise um deslize
Em seu brilho ela esconde

Uma sacola entupida de espinhos
E um delírio escorrendo da lente
[do telescópio]
Que brilha ofuscando os olhos
Dos observadores mais experientes

Balançando os pés numa ponte
E vislumbrando novas teses
Olhando na água corrente
E deleitando num mundo
[que não acorrente]

Sob a esfera de um olhar
Apavorado, saído da caverna
Brota o arco íris na tela
Um puro sangue, uma nova cela.

Galopando na pastagem
Desviando dos tropeços
Sem titubear no comando
Do cavalo selvagem

Escorado em um novo rumo
Onde os passos são retos
E os laços são ternos
O tecido do abraço puro
[linho fino]

Amor sem troca, sem nota
Sem cara, nem fala
Amor que cala e consente
Perdoa, amor latente

Que dá brilho ao olhar, que é fonte eterna
De vida, é rota da trilha, pisar nas nuvens

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Diamante bruto.

Debruçado no parapeito da vida
Mínúcias vívidas e fantasia
Pedalo no corredor vivido
Passo a passo, passa tempo

Agarro na madeixa comprida
Comprimida em um frasco
[perfumado]
Laço na mão do futuro
Lançado pelo passado
[passo e passa ]
A vida é puro aprendizado

Vida moída encarnada
Leve e solto o espírito
Na corrente benevolente
Num mundo beligerante

Bela vida e despedida
Entrada agraciada
Triunfal a partida
Se ponderada a passada

Vida viva enaltecida
Numa luz emplacentada
Choro e berro a liberdade
Cativa e cultivada

Galopa a passarada
Gravita enluarada
Vida, ida, ferida
Jogo sem carta marcada

Vida volta curada
Carrosel do aprendiz
No novo rumo, virada
Gira ao avesso que fiz

O caminho no escuro atravessado
Nova vida que reparto comigo
Num banquete solitário
Um querer embrionário

Binária e sequente
A vida é semente
E se mente mata
Se mata, pasta

Vida, presente
Diamante
[bruto]
Incessantemente
[lapidado]

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sonhos que Voam.

As dúvidas são labirintos
A certeza absoluta é altiva
A fé, a plenitude no caminho
O vinho, o sangue que purifica

A dor é a inconstância dos sentidos
A releitura da vida é a busca do saber
O sabor de aprender é tão divino
Quanto o caviar mais raro e fino
[Crescer é tecer]

Teias que não aprisionam presas
Mas as fazem desfrutar da honra
De estar presente no universo da relva
Do orvalho, da montanha, da chuva
[do sol desatrelado do anzol]

Dos ventos fortes que remetem
Liberdade de deixar esvoaçar os sonhos
Nessa cabeça repleta de fios desencapados
Recebendo desde a água do batismo

Choques que revitalizam o espírito.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Caris (latim: o bom cuidado, a boa proteção)

Sob a esfera de um olhar sombrio
Clínico e cínico.Sobrevoava.
A multidão, num mar naufragava.
Braçadas embaraçadas.Rumo ao nada
[um navio.]

Cruzava os mares dos piratas
Ancorou numa terra de ninguém
Ouro, prata, rubi.Sucatas.
Amor, compaixão e fantasmas
[desdém]

Riqueza é ter a alma na palma
O aplauso da platéia aprisionada
Na liberdade do interior aconchegante
Debruço o meu olhar, vesgo, espumante.

Borbulhantes vejo sonhos brilhantes
Sombreados pela esteira mundana e naufragada
Foco na luz o meu propósito.Num razante
Lanço as bóias, as cordas, os botes
[uma escada flutuante]

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Compaixão

O peregrino no deserto gélido
Entre as corcóvas de um camelo
Ninado, num vai e vem incessante
Mergulhou numa miragem fidedigna
[impactante]

Viu-se envolto na corrente do progresso
De mãos atadas, cansadas e punho cerrado
Marchou com o exército de águias migratórias
Na capital Esmo, lá, no reino Capitalismo
[Luta predatória]

Muitos bicos, pouca garra
Ferro, farra, faces dúbias
Raso o riacho que irrigava
O que era reto, viam curvas
[curva de rio]

Atalho era a bússula,o gps
Assola, o rumo tomado,caminhozinho
Embaralhou-se todo o peregrino
Deu uma ponta na areia movediça
[estresse]

Estrupiado, com estrepe no couro
Pinçava com um cacto seu corpo
Sentiu alegria na dor cadavérica
Acordou com febre, suado, mas vivo
[com uma visão hermética]

Voltou seus olhos para a cidade
passou a devolver vida aos zumbis dos gaviões

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sublime Partícula Divina.

As virtudes que o mundo decantou são ilusões
Numa canção de encantamento de um maestro louco
Trancando os cadeados na medida dos padrões
Paradigmas mapeados, rastreadores de corações

O tesouro do mundo é carnal, banal.Retrógrado

A hipnoze é dissiminada pelo desejo táctil
Pelo alvo fácil e quisto do orgulho.A inveja
Câncer social que cega e remete o espírito ao fóssil
Sem problema:-Vira petróleo. disse um bolso na conversa

Osmose da moda ou da roda
Que gira e não desvenda o mistério
Que deve ser despido e nutrido de carinho
O íntimo.Ah!Sublime partícula divina!

domingo, 25 de outubro de 2009

Sentidos.

Vi no jardim das almas sementes
guardadas em saco preto
Vi caixões sem defunto
Vi a futilidade sendo regente

Ouvi uma música sem graça
pássaros afônicos, sem asa
ouvi da fofoca a verdade
da solidão a saudade

Tateei pela estrada escura
topei com um cão vomitado
uma topeira sábia no atalho
teve faro e tato, sendo cega

Alimentei a selvageria
senti o doce gosto da ilusão
dor de estômago e azia
banguelo, vi um altivo tubarão

Com o cheiro disso tudo,inebriei-me constrangido
parei num lixão, no covil de chacais
Minhas aroeiras interiores, eram bonsais
Apreciei meu aroma.Sem suportar esse odor mundano

Vi um mundo novo.Com praias selvagens
Estátuas implodidas. Novas pastagens
Maestro de mim, compus uma sinfonia
O canário no cenário de sua ilha.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Conversão.

Amados, é tudo ilusão e vento que passa.
Menos Deus, o amor e os meus sonhos.
E os seus tambem.
Aqueles projetos que forem assinados pela Caridade ...
Esses terão respaldo do Altíssimo, isso é alinhar nossos propósitos com o do Pai.
É sucesso garantido.Prosperidade.
Andarás por um tapete acetinado voador
Pousarás num campo silvestre, verás a paz.
Descortinada por anjos aplaudindo seu empenho.
Na única cidade de verdade.Chamada Dever Cumprido.
Amor é compaixão e caridade,respeito e integridade.A dó é ilusão, um quadro pintado pelas mãos do enganador.Faz-nos pensar que somos bonzinhos por sentir dó...Que aramdilha.
Ação, coragem! Você AINDA tem um coração, escute o som dele bater leve no compasso dos passos em direção ao altruísmo.
Um lobo vivia solitário nos montes e admirava em suas contemplações os cordeiros na planície verdejante.Esses pequeninos viviam unidos e em paz.
Esse lobo queria muito ser um cordeiro, não suportava mais a angústia de ferir, de agredir, de ser ferido e deixado de lado.
Resolveu mudar de vida.
Colocou uma bela capa de cordeiro e passou habitar entre eles.Mas comiam capim e o lobo passou a comer também.Fazia muito esforço, mas a natureza dele era de lobo e vivia pensando numa carne sangrenta, recém aniquilada por ele.Ainda era um lobo.Por mais que admirasse a vida que esses cordeiros levavam e aprendeu a ama-los era LOBO.
Numa madrugada fria os cordeirinhos estavam todos juntinhos se aquecendo e dormindo um sono revigorante, a lua era cheia e o lobo saiu daquele calor, daquela união enquanto dormiam e foi embora.
Quando não dava mais para os cordeiros ve-lo tirou sua capa e voltou a ser aquele lobo terrível que era, pois não queria mudar de natureza.
Outra vez sozinho em meio a multidão, em meio a alcatéia.
Deus criou o lobo e criou o cordeiro e sabia que ele pode transformar um lobo em um cordeiro através de Jesus.
Pensem bem pois AINDA TEM UM CORAÇÃO QUE BATE.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Perdas e ganhos.

Queima uma lâmpada outra se acende
Assim são as perdas
Como eletricistas unimos outros fios
Faz-se a luz nas trevas

Fios desencapados, asas sonhadoras perdidas
Em alta voltagem dão um choque no coração
Até estrelas morrem numa grande explosão
Nada é eterno, nem tudo exige despedida

A ida sem volta deixa saudade e marca
Estaca no terreno arenoso da alma
Uma nova melodia descortinará a canção
Com água será lavada pela chuvarada
Assim são as perdas

Como eletricistas unimos outros fios
Faz-se a luz nas trevas, mina água
Faz-se nascer no por do sol uns rios
Coloridos e parabólicos. Arco íris
[amnésia na alma]

Nasce um novo dia, cheio de planos
Paixões, construções erguidas
Tijolo por tijolo brota a casa
Numa rocha do saber verdadeiro
[Que eterno só o espírito]

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Crescer

Crescer é desatar as amarras do passado
Beber um vinho envelhecido de maturidade
Pegar a enxada de ferro e fazer calos
Nas mãos antes com espinhos, é trabalho
[serenidade]

Um gelo que não derrete
Passos retos e constantes
É ter na estante um projeto isolado
Saltar as barreiras com conhecimento

Remover o ar de reclamação
De bebê chorão
E subir às alturas
Conquistar internamente
[a estatura]

Crescer é ser quem esperávamos
Com as barbas de molho
Os cabelos grisalhos
O bigode ralo
O peito cheio de sonhos

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Restaurado.

Aquieta-te alma agitada
descanse no berço escuro
a luz que a cidade dilata
é noite em cima do muro

Pulo a parede por detrás do hoje
num presente o laço no retrato
despedaçado pelo chifre do cavalo
unicórnio deu coice na pose.
[Foi-se]

Virou quem queria que fosse
manso e calmo, conformado
como a morte e sua foice
como minguante o sorriso
[sufocado]

Firme-se joelho mascarado
despido da crosta de carne
descanse nesse grão de milho
a concorrida prova é celeste

Teste mas nunca conteste
Égua sem régua!Trégua
Paste no campo silvestre
Esse deserto irá sufocar-te

O nascer incessante.Mente
A não ser o sol da solidão
Alimento mais sublime.Mente
Pensa que me engana a mente

Se sua razão conduz o coração
e o coração bate ritmado
que melodia essa dama ira dançar
Sempre a mesma.Nunca diferente?

Meu bailado é sem compasso, é no silêncio.
Num grito calado, num choro cantado
Num poema sem rima. Dessa tearia do acaso
Acredito no dilúvio dos aracnídeos

Na teia de um louva deus crucificado
Na ceia de um traidor suicida.Na risada.
De um casamento mal acabado
Na reconquista do quebrantado.

Colocando a aliança no dedo da noiva.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Surpresa

A surpresa veio num embrulho vazio
Trouxe com ela o suspiro de um adeus
[jamais recebido]
A solidão rompeu a claridade de Orfeu
Trevas e nuvens gordas.Trovão e chuva magra
[escuridão]

Num rasgo no céu.Anel redondo e luminoso
No dedo da noite com ressaca.Enluarada
Cheia de sonhos brilhantes.Agitada
Enche a maré e leva ao topo os lobos
{a amar o píncaro da montanha]

Bem rente ao uivo da tristeza.Melodia
Perto ao tropeço, o recomeço.Alada a dor
Próxima a ferida, vestida de branco.Medicina
A alguns bailados da madrugada.Alvorada
[Do rancor ao perdão.Amor]

O sol em seu poente.Extravagantemente belo
Do suscinto e sereno aceno do Criador
O dia virou trevas.Mas não veio o uivo
Nem o embrulho, nem o tombo, nem a dor

Quem foi então já é.Mas quem não veio
é que deveria estar cheio e sem graça
Sem essa fonte do rio fluente, esteio
[de mistérios}
Algumas maternidades e tantos cemitérios

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Acordem gafanhotos.

Quadrilhas se reunem nas densas trevas
copuladas pelo pecado chancelam
tramas que devoram e rastreiam
plantações mal adubadas, mas frutíferas

Gafanhotos devoradores reunídos
descobrem o poder na unidade
uma nuvem densa de maldade
torna forte e voraz o inimigo

Na orla espiritual há concordância
na hoste do maligno uma cúpula
alimenta o escorrer da lágrima
e se deleita ao pisotiar a uva

Riem do puro vinho, secam o pão
bêbados pela alegria da guerra
do sangue embebido pela terra
aplaudindo a estrela decaída
[transformam em pedra o coração]

Basta estou farto, vesti minha armadura
Meu escudo me protege até da terrível peste
Vou em frente gritando com a faca nos dentes
Minha língua.Bendita e profética configura.

O que vem pela frente.Uma carruagem de fogo
Queimando tudo que não presta.Plantações e gafanhotos
Transformando muralhas altas em ruínas.Destroços.
Mas na beira de um rio de agua viva uns ossos

Serão cheios de músculos e tecidos, brilharão
Numa terra fértil num novo Édem, é terna idade
De um caminho os redimidos saltitantes gritarão
Adeus serpente, adeus maldade, na consistentência da fé .

sábado, 3 de outubro de 2009

Adeus Babel.

Tantas são as linguas faladas
a discordância constrói um edifício
Babel,a terra dos contos do Vigário
Cimentada com orgulho e argamassa

O engenheiro,estério, seu Sucesso
Sua madrasta a Competição.
A Ilusão.Maquiadora em ação
Enrrugou a sociedade no cativeiro
[O seu salão]

Na multidão habita surpresa a solidão
Almoça junto à família reunida
No silêncio da televisão ligada
No acordo, a demissão de um coração
(deserdado)

Arrume as malas alpinista sonhador
Pois no píncaro do Iluminado
Soam júbilos pentescostais de amor
Das harpas de ouro, um dedilhado.

Perseverança

A forma ideal de perseverar
é saber que na travessia
haverá a inconstância do mar
Hora manso outra revolto

A quilha que fura as ondas das interpéries
é a passada distante dos desertos estéreis
se o passado quiser afundar o veleiro
mude a rota, pesque outro sonho esguio.
[use o sonar da experiência como espada]

E não beba mais dessa agua salgada
dos tropeços, das mancadas
quando se tornar um almirante velho
não pense que tudo sabe desse mundo

Pois mais adiante uma nova fase
Desbravar esse imenso céu de brigadeiro.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Desde o Tino.

Quando algo esta escrito nas linhas do destino
Nada apaga, nem ducha fria nem borracha
O livro é a vida, viro mais uma página
Novos personagens aparecem, novos laços
[embrulhados no presente]

Momento vivo em que sinto o toque enlouquente
Do que vem pela frente, o futuro elegantemente
Vestido de smoking,porém desmascarado
Ultrajando e enfrentando como um barco
[esse mar revolto]

Vida, fruta e semente,lenha e fogo, aço e cansaço
Uma montanha russa,roda gigante no parque do acaso
O cabelo grisalho exclama, a ruga rubrica a idade
Que desfaço na ingenuidade pueril do riso moleque

Na Crina do Vento

Na crina do vento galopo. O vento selvagem do sonho recém penteado.
Desbravo, com a rédea nas mãos, meu horizonte colorido.
Atravesso as nuvens das incertezas, carregadas de dúvidas e granizo.
Eu, cavalo, puro sangue, encontro repouso no pasto do céu.
O meu anel, minha aliança de amor eterno, a saudosa maternidade.
A cortina do meu berço era o arco-íris sorridente.Meu abajur a lua cheia de regência.
Mergulhei na profundeza gelatinosa e tenra da placenta.Fui nutrido pela luz.
O meu domador é o dono do mundo e no chão de seu reino tem estrelas.
Ele diz que são todas minhas e que me deu asas. Seis asas.
Ja voei com todas elas e pousei no pântano da solidão.
Árvores ressequidas sem fruto algum.Tive fome, tive sede, definhei.
A ilusão, maquiou a liberdade sem o bridão do domínio próprio.Adoeci.
Distante do doce arrependimento, meu coração petrificou.Estátua de sal.
Uma capa de concreto, super-herói na cidade fantasma do egoísmo.
Mas Ele me ensinou como usa-las e então me restaurou.
Com duas limpo meus pés para trotar no vereda Dele.
Com outras duas escondo meu rosto, para conseguir ver o brilho de Seus olhos.
Ainda me sobram duas, foi então que descobri.
Sou ser alado e voo como os serafins.Provando a natureza sobrenatural da vida, do alto da montanha, acima do condor.Com alegria duradoura.No caminho dos redimidos.