domingo, 25 de outubro de 2009

Sentidos.

Vi no jardim das almas sementes
guardadas em saco preto
Vi caixões sem defunto
Vi a futilidade sendo regente

Ouvi uma música sem graça
pássaros afônicos, sem asa
ouvi da fofoca a verdade
da solidão a saudade

Tateei pela estrada escura
topei com um cão vomitado
uma topeira sábia no atalho
teve faro e tato, sendo cega

Alimentei a selvageria
senti o doce gosto da ilusão
dor de estômago e azia
banguelo, vi um altivo tubarão

Com o cheiro disso tudo,inebriei-me constrangido
parei num lixão, no covil de chacais
Minhas aroeiras interiores, eram bonsais
Apreciei meu aroma.Sem suportar esse odor mundano

Vi um mundo novo.Com praias selvagens
Estátuas implodidas. Novas pastagens
Maestro de mim, compus uma sinfonia
O canário no cenário de sua ilha.

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