terça-feira, 22 de março de 2011

Carrossel devir

Memória que congela as estátuas de sal
Que impede o correr ímpeto das águas
Seca o ramo mais novo do ar respirado
Saudade que amarra o oxigênio e sufocado

Segue o marinheiro naufragado no mar da história
A naturreza desabrocha novidade em pétalas multicoloridas
O leme não mais obedece um navio ancorado no passado
De cores cinzentas berrantes agonizantes e serenas

Será sensato mergulhar e morrer afogado ?
Em uma caverna em que sombras são fatos ?
Em sobras de manjares em banquetes envenenados?
Pelo imutável ser, que sofre por não saborear o devir

Da mutação constante nesse carrossel maluco
Gira o aprendiz que atordoado e tonto
Vê hipopótamo voando diante do emplasto
Deve entender que é sabor do saber enrraigado

Não raiz que acumula aprendizado
Num caminho que é planejado pelo fim
Mas por recomeços infinitos
Giz e lousa na escola.Enfim.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Purísimo Prisioneiro.

Quero falar do belo mas de assalto a tragédia me constrange
Quero dar o tiro certo mais o alvo está tão distante
Quero mergulhar no leito das palavras amáveis, mas me vomitam xingamentos
Quero me embriagar num rio de águas límpidas e o coração pulsante

Detesto o tilintar do sino agudo dos despautérios
Evito sair com roupa borrada pelo ardil do adultério
Eu, adúltero de meus princípios me afogo
No mar incoeso e bravo da carne e seu mandato

Carcereira de uma vida inteira, maldita
Enclausura meu espírito que grita paz
Meu espírito puríssimo prisioneiro.