terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tempo, hermético tempo.

O relógio hermético da Terra é redondo
Ninguém toca nas barbas do tempo
Que conduz as estações como boiadeiro
No rebanho colorido do céu em arco na íris

Me derramo como água de cachoeira
A criação me embasbaca.
Criativo reitor de um mundo
Incontestavelmente belo.Artista.
De quem somos mimese pura

Ao rasgar os olhos o raio do sol
Esplanou novidade de um novo dia
Que num piscar de olhos virou noite
Que não passou mais

O luar na janela pedia por um dia novo
A saudade se curaria pelo ninar da terra em rotação
Tempo que cicatriza e roda e gira
Os corações se chocam.Os ponteiros acertados
Disparam no alarme da paixão

Nessa hora a torcida é que o tempo não passe.
Mas passa e aí se nota que foi melhor ter passado
Pois agora tem o presente.A surpresa do novo
Que descortina num tom de mistério

O Céu do brigadeiro desabrocha em misericórdia azul
Em tons incompreensíveis que tingem com um fio de sangue
A vida, a história, a Palavra.Num caminho estirado em cruz.
Delineia que no sacrifício se alcança a vocação.