terça-feira, 25 de outubro de 2011

Voa a vida nas barbas do tempo


Corre descalça no chão vermelho


No bangalô de terra batida e ar puro

No coração selvagem uma luz invadira

[Aquele escuro]



Num beijo com sabor de arco-íris
E o pé na porta da cabana

Com a guerreira no colo adentrara

O grito do vento na janela

O pôr do sol efervervescente

Eram parte do cenário

O assovio do canário

E o explodir contido e bonito

da cachoeira ao abraçar as rochas



Magnésio puro a sua pele de seda lisa

Mergulho fundo no sabor da sua fala

Aprendo muito e sou ouvido com respeito

De quem respeita e escuta



Amor puro e papo reto

Na rede ao sabor do vento um passarinho

Diz tic-tac, tic tac a todo o tempo

O momento na rede balanço sorrindo

Voltando para esse segundo vivo.

Segundo vivo, segundo vivo, seguindo vivo

Passa o trem atras do monte















.

Crescer

Crescer é desatar as amarras do passado

Beber um vinho envelhecido de maturidade

Pegar a enxada de ferro e fazer calos

Nas mãos antes com espinhos.É trabalho

[serenidade]

Um gelo que não derrete

Passos retos e constantes

É ter na estante um projeto isolado

Saltar as barreiras com pé de soldado



Remover o ar de reclamação

De bebê chorão

E subir às alturas

Conquistar internamente

[a estatura]



Crescer é ser quem esperávamos

Com as barbas de molho

Os cabelos grisalhos

O bigode ralo

O peito cheio de sonhos

Quixoteando

Por esses versos garimpo as alegrias da vida

Quando o sol nasce eu ja vibro.

A consciência se expande

Raio de luz e caminho se cruzam no tenro destino

Gira os moinhos dos sonhos.Subo na crina do vento

Salto do alto do monte

Quixote no caixote faz discurso

Seu olhar difuso, sua essência pura

Fotografa a paisagem com olhar de ternura

E uma flor brota no deserto

Minha armadura é a tolerância

Minha espada a palavra

O meu cavalo é minha mente

Que tem um q de Roncinante

Esperança.

...Espero da corda a resistência

de mim a força

Espero da terra a fertilidade

De mim o cultivo



... Espero do amigo um abraço

e do castigo um degrau

No varal da esperança

Estendo o lenço colorido



...Espero da matéria o peso

Do espírito a leveza

Da queda o aprendizado

Espero da vitória o amparo



da diversão o sorriso

Felicidade do empenho

...Espero sereno do momento

O oxigênio e do futuro... O mistério

Sentir os Sentidos.

Abrir os olhos é uma dádiva

Abrir os olhos no momento da clareza

Abrir os olhos para rastrear pegadas

Abrir os olhos de espada

Pisar nna terra com carinho

Pisar na terra com firmeza

Passo a passo no caminho

Pisar duro no destino

Respirar com ar de graça

Respirar o ar da caça

Sentir o odor da selva

Nessa noite iluminada

O pé no chão o olho aberto

Numa terra fértil que o pé abraça

Segue a jornada guerreira

Levanta poeira cavalo

O bom vaso é capaz de esvaziar-se

Esvazia essa sujeira, esvazie as razões

Se sinta parte desse todo que germina

Vida verde, água e neblina que turva a vista

Que caia esse véu e sentado véu da cachoeira

Escutar o tilintar das asas das boboletas, ser parte da água a arredondar a energia da pedra dura da minha alma, dura e preciosa rocha caríssima.Linda alma minha mansinha, mansa alma minha lindinha, arredonda nessa cachoeira da vida de água que não passa mais repetida.De água doce e clarinha alma minha eterna, alma minha clarinha...

Sonhos que voam.

As dúvidas são labirintos

A certeza absoluta é altiva

A fé, a plenitude no caminho

O vinho, o sangue que purifica

...

A dor é a inconstância dos sentidos

A releitura da vida é a busca do saber

O sabor de aprender é tão divino

Quanto o caviar mais raro e fino

[Crescer é tecer]



Teias que não aprisionam presas

Mas as fazem desfrutar da honra

De estar presente no universo da relva

Do orvalho, da montanha, da chuva

[do sol desatrelado do anzol]



Dos ventos fortes que remetem

Liberdade de deixar esvoaçar os sonhos

Nessa cabeça repleta de fios desencapados

Recebendo desde a água do batismo



Choques que revitalizam o espírito.

Mergulho no ser .

Onde mente e corpo se encontram numa explosão

Emoção que mesmo contida é revelada.Num sorriso que veste o rosto

Numa lágrima que salta de dentro do fundo do pântano da alma

Numa carícia enluarada

Numa pele arrepiada

... Num desejo ensandecido

Num grito prazeroso

No canto da sereia

No romance em lua cheia



Nessa sacada do entendimento, minha emoção tem forma

Hora sólida como o gelo outra fumaça ou vapor d'água

Emoção se bem moldada, encaixa no momento

Voa ao sabor do vento, elucida a charada do sentimento



Emoção é energia interna modulada

O bom olho nota que a sangria da alma

É a emoção; hora em navalhadas

Outra lareira iluminada amanhecida



Diante desse mirante do meu ser

Contemplo sensações divinas

Sentir o que sente meu corpo

E numa lágrima caída em sinestesia observada

Descubro minhas fraquezas e alimento com a emoção das risadas

Firmeza na passada no rumo do destino

Em que se encontrem, emoções e as direções desse caminho

Orquestrada como o passo e o passarinho

Como a fala e ação, razão e emoção

(nessa noite, ensolarada)



Que são as relações interiores

Por um fio.

No fio da navalha
No parapeito da discórdia
Sempre existirá
Um ombro...

Um ombro que não dará os ombros
Num argumento de desdem
Um ombro aconchegante
Exalando o cheiro de jasmim

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fio de luz...

Esse plantio me agrada, sementes variadas

Cores berrantes e a manhã ensolarada

Esse Chão das oportunidades, fertilidade

[escancarada]

Esse plantio me agrada, sementes esparramadas

A terra deitada como mangedoura iluminada

Esse sol é energia pura, luz que da vida

[nessa vida perfumada]

Mas em seu coração o sonho de semente

Crescer ao céu para beber da luz do pai

A natureza muito mais parece ser gente

De mãos abertas e amor que esvai

Imaginar que pequenina a semente

Dentro dela, um projeto em mente

Expandir-se ao universo de uma árvore

E nos seus galhos serenos servir ao homem

Frutos doces, suculentos, que o mais puro amor prepara

Uma maçã suculenta na ante-sala do paraíso

é servida por Deus com frape de damasco

[e pimenta]

Na reconstrução da simbologia, misericórdia estendida

A natureza verdinha em folha vira a página, vira a página.

Com um fio de sangue Deus reescreve a história

No projeto da semente o universo de uma árvore.

Uma nova árvore, um novo brilho, uma nova fase....

.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Descaminhos.

E se em uma bifurcação pegares o caminho errado, ainda terás a oportunidade de recuar e tomar a rota original, aquela da sua essência, a qual alegra a sua alma.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O regar ...

Ainda que as alegrias e as conquistas sejam como a água caindo sob a planta retirando o tom opaco da poeira e nutrindo-a, tornando seus ramos vistosos, esverdeadamente vistosos; as tristezas e as dores, nos remetem a reflexões e é nesse momento que a planta trilha seu caminho de árvore, fortalece seus galhos para que possa produzir seus frutos, seus frutos tenros, saborosos e maduros...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não se aflija.

Não se aflija, se por amor entrares no deserto e os espinhos ferirem seus pés.

Não se aflija alma minha, pois se a corrente do tempo arrasta meu corpo, minha carne, para a morada do mortal,esse mar de afogados, o meu espírito será salvo pelo amor, desse naufrágio.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O agora.

Só quero explorar esse presente

Esse momento que repousa no eterno

Quero-quero

Mergulhar nesse mar de águas novas

deslizar nas carícias da sereia

Areia- areia

E saber quem sou

Sou tela em branco

No cavalete de Deus Azul

Outra bambu bem alongado

Que de humilde ficou curvado ao sabor do vento

Soprado ao equílibrio de um maremoto

No epicentro de um giro imundo

De um mundo com giro leigo

No escuro de um sentimento

DESCONHECIDO.

Na esfera de um pensamento bem resolvido

As nuvens iam se dissipando, a terra encharcada

era embebida pelas raízas nutridoras.

Aquelas que geram conhecimento de si.

Faz crescer o bambu, verde vistoso.

Endurecido e belo por fora e oco lá dentro.

Oco para ser cheio dos sabores

das cores das selvas

do grito dos mares

dos brilhos da lua

das fases da vida.

Do brilho da selva

dos gritos da lua

das cores da vida

das fases dos mares.

Nesse vai e vem incessante da maré.

.

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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Brilho altruísta...

Quero brilhar por ai nos recôndidos escondidos dessas almas geladas.E derrete-las, como quem chora...de dar risada.

Constatação

Como posso eu, diante da gritante confusão de meus desejos, querer vc por inteira, da maneira que quero, espero.Da maneira que me agrada.
Suba, sou corrimão dessa escada que sobes falando pelos cotovelos e me questionando em navalhadas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mar de aprendizado

Existem as formas que deformam os olhares
E olhares que conformam...
Existem gestos que destroem esperança
Que enterram a clareza.

Que dissipam palavras, picham nos muros da alma.
Outros tecem poesia...
Entopem a privada,mas na pia uma orquídea
Dão murros.E em ponta de faca

Dualidades escancaradas
Escarnecidas, descobertas
Luta maior da alma com essa carne fétida
As chaminés assoam o nariz na cara
Do céu que é a tela virgem, sendo pintada

Cores variadas e destino colorido
Tino, pegada.Caça a casa.Casulo
Solitário e paralizado imundo.
Mundinho de faz-de-conta e navalhada

Mundão em que a essência envelhecida
tem sabor puro de malte e extrato de adrenalina
Mundo de surpresa e espanto, de um pranto ou um sorriso
Se colhe sabedoria, cresço dentro do universo inexplorado
É a razão da busca, o significado.Tirar o pé da margem e colocar no barco
Navegarei pelas marés de sentimentos salgados, nesse mar de mil afogados
Desaguará dentro de mim um mar de aprendizado.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Idéias formadas.

Os muros tendem a crescer ,por aí, no jardim das idéias
Formar contruções fincadas, difíceis de arrancar.Estacas.
Que parecem demarcar qual o terreno, quais as pegadas
Tatuadas por mim mesmo em meu ser de formações rochosas.

pouco mais que minhas ofertas e minhas certezas a serem
[suportadas]
Pensamento que calcina o barro e forma o vaso
As pontes que unem e enterram suavemente o abismo
Unem os caminhos, que pavimentados e escuros
ja perderam o romantismo da estrada desconhecida

Quero me espantar e repensar
Reconstruir, relevar, planar
Na lucidez de um vôo novo
Sem gosto de velho no céu
Da boca em alvoroço.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Na fluidez de águas bravas.

Bem moldado em argila

o amor se reconstrói

Com mãos mansas, compreensivas

Se renova a cada dia

[na mansidão do alvorecer]

Como que não saberia ?

Que passou esse amarrio ?

De remadas incessantes

O bote amou ao rio.



Na fluidez de aguás bravas

O nosso amor se arredontou

Como os dedos e as flautas

As pedras se arredondavam



[pelo passar de águas bravas]

Se renovou o nosso amor



Que outros mares navegaram

Desaguá ! Rio, no mar !

Com limpeza de quem ama

Como amor ao acordar !

De maré cheia e côco fresco !

Intenso abraço de estalo.

De taça frágil a se tocar.



Apara as arestas como o curso

Desse correr composto

Pôr sol, brinda azul!

Correnteza ao luar novo!

Se pêrdoa e aquele rosto está como estátua velha.Deposto,

pelo renascer de nosso amar.Que é chama intensa em, noite fria.

Que amanhece e como a luz do sol, ào sol meu do meio dia.Ria ela como quem beija a criança que era ela de sorrir à soluçar.O sol à girar e gira ela como girafa

Num bote novo chamado Renovo do amor novo à namorar

terça-feira, 22 de março de 2011

Carrossel devir

Memória que congela as estátuas de sal
Que impede o correr ímpeto das águas
Seca o ramo mais novo do ar respirado
Saudade que amarra o oxigênio e sufocado

Segue o marinheiro naufragado no mar da história
A naturreza desabrocha novidade em pétalas multicoloridas
O leme não mais obedece um navio ancorado no passado
De cores cinzentas berrantes agonizantes e serenas

Será sensato mergulhar e morrer afogado ?
Em uma caverna em que sombras são fatos ?
Em sobras de manjares em banquetes envenenados?
Pelo imutável ser, que sofre por não saborear o devir

Da mutação constante nesse carrossel maluco
Gira o aprendiz que atordoado e tonto
Vê hipopótamo voando diante do emplasto
Deve entender que é sabor do saber enrraigado

Não raiz que acumula aprendizado
Num caminho que é planejado pelo fim
Mas por recomeços infinitos
Giz e lousa na escola.Enfim.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Purísimo Prisioneiro.

Quero falar do belo mas de assalto a tragédia me constrange
Quero dar o tiro certo mais o alvo está tão distante
Quero mergulhar no leito das palavras amáveis, mas me vomitam xingamentos
Quero me embriagar num rio de águas límpidas e o coração pulsante

Detesto o tilintar do sino agudo dos despautérios
Evito sair com roupa borrada pelo ardil do adultério
Eu, adúltero de meus princípios me afogo
No mar incoeso e bravo da carne e seu mandato

Carcereira de uma vida inteira, maldita
Enclausura meu espírito que grita paz
Meu espírito puríssimo prisioneiro.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tempo, hermético tempo.

O relógio hermético da Terra é redondo
Ninguém toca nas barbas do tempo
Que conduz as estações como boiadeiro
No rebanho colorido do céu em arco na íris

Me derramo como água de cachoeira
A criação me embasbaca.
Criativo reitor de um mundo
Incontestavelmente belo.Artista.
De quem somos mimese pura

Ao rasgar os olhos o raio do sol
Esplanou novidade de um novo dia
Que num piscar de olhos virou noite
Que não passou mais

O luar na janela pedia por um dia novo
A saudade se curaria pelo ninar da terra em rotação
Tempo que cicatriza e roda e gira
Os corações se chocam.Os ponteiros acertados
Disparam no alarme da paixão

Nessa hora a torcida é que o tempo não passe.
Mas passa e aí se nota que foi melhor ter passado
Pois agora tem o presente.A surpresa do novo
Que descortina num tom de mistério

O Céu do brigadeiro desabrocha em misericórdia azul
Em tons incompreensíveis que tingem com um fio de sangue
A vida, a história, a Palavra.Num caminho estirado em cruz.
Delineia que no sacrifício se alcança a vocação.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fluir

Me deixo fluir pelo mar bravio
As ondas explodem sob meu juízo
Prudente, me arranjo como arcanjo
O pavio molhado.É fogo o que avisto

Incendiado meu ser brilha
Bem eu que sou ilha desarrumada
Nessa estrada de escada molhada
Escorregadia

Na fluidez interminável da ida
Dia e noite.Construção
Sol e escuridão
Vida de ida sem volta

Se revolta a onda do mar
Traz para si a sujeira
De uma areia pisoteada
Pelo passado a carimbar

Tantas pegadas, navalhadas,remadas.


Sou mais fluir
No ir de um eu selvagem
Mas no rebanho, na pastagem
Que só eu mesmo vi.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A mente mente

Busco silenciar minha mente
Sou bem mais que ela.Maior
Ela que mente sem cessar
[inconfundível mente]
Faz das barreiras problemas
[sei de cor]

Trama e embaraça os fios do destino
Tenho tino e faro de bicho.Instinto
Encontro e brindo com meu ser
Que existe além do pensar

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Primavera das Novidades

Eu quero por entre as rochas
E os corações mais duros
Pelos garimpos que escondem riquezas
Encontrar a leveza dos muros concretados

No auge do vento em tempestade
A dúvida sopra no telhado
A cabana esvoaça a palha
Como o cabelo longo da saudade

O perfume dos carinhos
Escorre seco entre os dedos
Que se esmagam lânguidos
No canto da sala da solidão

A página vira
E o estio
Aplana a primavera
Da novidade

A Pequenez do Ser Humano

A mente, uma fábrica de sentimento
Quando sopra no ouvido um lamento
O bom coração inclina atento
A boca assopra o ferimento

Dor, uma cachoeira de lágrimas
Quando fere, o sangue jorra
[quente]
O bom choro cai e lava
[dentro da gente]
O olhar limpo brilha como espada

A palavra, uma flecha certeira
Causa eira e beira
Tranco e barranco

Música é harmonia
branco e preto no piano
Ensinam a pequenez do ser humano